Segundo o primeiro-ministro, em dezembro, serão contratados sem termo mais mil investigadores e na sexta-feira, visando reforçar a democratização do acesso ao Ensino Superior, será inaugurada em Lisboa uma nova residência universitária.

Após o discurso da reitora do ISCTE, Maria de Lurdes Rodrigues e onde estiveram os ministros da Cultura, Pedro Adão e Silva, da Coesão, Ana Abrunhosa, e da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato -, António Costa fez um defendeu o caráter fundamental das qualificações para que Portugal tenha um crescimento económico sustentado e com maior valor acrescentado.

Por isso no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) reforçou-se o investimento em ciência "na ordem dos 43%, sem contar com as agendas mobilizadoras, e indicou que nas duas últimas décadas "mais do que quadruplicou" o número de investigadores.

"Conseguiu-se mudar o paradigma da bolsa para o do contrato, o que é muito importante para garantir proteção social. E é fundamental continuarmos a evoluir do modelo do contrato para o do contrato sem termo", defendeu António Costa lembrando no próximo dia 18 de dezembro, que vai abrir o concurso que prevê "a contratação sem termo de mil investigadores".

"Neste Orçamento do Estado para 2024, introduz-se uma norma importante em que se assegura que o Estado assegura um terço do pagamento desses contratos, complementando o terço pago pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e o restante que é obtido através de financiamentos concorrenciais", disse.

Mais ainda para o primeiro-ministro, o Governo apostou num PRR que reforce "a democratização no acesso ao Ensino Superior".

"Não é apenas baixar-se o valor das propinas de licenciatura de mil euros para 697 euros. Atualmente, o grande desafio é resolver o problema do alojamento estudantil e com o PRR vamos quase duplicar a capacidade de camas. Na sexta-feira -- aqui ao lado do ISCTE -, será inaugurada uma residência.

No caso do ISCTE, das atuais 79 camas, passará a ter 767 no final de 2026", estimou.

Na parte mais política do seu discurso, António Costa repetiu a ideia de que hoje, em Portugal, "já é consensual que o modelo de desenvolvimento sustentável para o país tem de assentar no conhecimento e na inovação, e não nos baixos salários e no empobrecimento dos cidadãos", o que só tem a oposição de quem emprega - o patronato !

"O progresso extraordinário que teve o sistema educativo é também o caminho que as empresas vão ter de fazer. As empresas que querem triunfar no mundo global não basta serem competitivas na venda, têm de começar por ser competitivas na contratação e retenção do talento. Esse é um campeonato em que as empresas portuguesas têm de vencer se quiserem triunfar no mercado global".

Antes, o discurso da reitora do ISCTE destinou-se a destacar os padrões de qualidade e de exigência da sua instituição, salientando que o novo centro de investigação irá concentrar mais de mil investigadores.

A antiga ministra da Educação destacou a importância de se juntar num espaço aberto áreas tão diversas de investigação como as telecomunicações, a História, a inteligência artificial e a sociologia, visando um trabalho "colaborativo e multidisciplinar".

Maria de Lurdes Rodrigues elogiou também a arquitetura do novo edifício, na Avenida das Forças Armadas, em Lisboa, "projetado com a prata da casa", sendo "sustentável" do ponto de vista ambiental e climático.

Joffre Justino

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