No palco da política portuguesa, as recentes eleições trouxeram uma viragem que muitos não esperavam: a vitória do PSD e da Aliança Democrática.

Este triunfo, longe de ser apenas um marco eleitoral, revelou-se um poderoso catalisador para uma reflexão mais profunda sobre a governação em Portugal. De forma paradoxal, este período de governação pela direita está a servir como uma lição prática sobre a importância das políticas e da liderança do Partido Socialista (PS).

Durante anos, o PS, sob a liderança de figuras como António Costa, cultivou uma governação pautada pela estabilidade, crescimento económico e justiça social. Agora, com Pedro Nuno Santos a emergir como uma figura proeminente, o PS continua a representar uma visão progressista e inovadora para o país. Contudo, para que os valores socialistas sejam verdadeiramente apreciados, muitas vezes é necessário um contraste claro – e é precisamente isso que a atual conjuntura política proporciona.

Desde a ascensão do PSD e da Aliança Democrática ao poder, temos assistido a um cenário marcado por desgoverno, desorganização e uma evidente falta de coerência política. A incapacidade da direita de formular e implementar políticas eficazes tem sido uma constante, sublinhando a carência de competência e de visão estratégica entre os seus líderes. Esta situação não é apenas uma falha técnica; é um reflexo de uma profunda lacuna ideológica que se traduz em decisões erráticas e uma governação instável.

A experiência da direita no poder está a servir como um espelho que reflete, de forma crua, as deficiências que muitos temiam mas que agora estão a ser sentidas na pele pelos portugueses. Esta realidade dolorosa, no entanto, tem um lado positivo: está a despertar a população para a importância de uma governação baseada na competência, na coesão e na visão de longo prazo – valores que o PS defende há décadas.

Para compreender melhor esta dinâmica, podemos recorrer às palavras de John Dewey, um dos mais influentes filósofos da educação: "A experiência não é o que nos acontece, mas o que fazemos com o que nos acontece." Neste contexto, a governação atual serve como uma experiência coletiva que, ao ser refletida e compreendida, pode catalisar uma transformação significativa na consciência política dos portugueses.

O PS, com a sua tradição de promover políticas sociais inclusivas e sustentáveis, encontra-se agora numa posição única. O desgaste causado pela má governação da direita oferece uma oportunidade para que os valores socialistas sejam reavaliados e revalorizados. A liderança de Pedro Nuno Santos, com a sua capacidade de inspirar e mobilizar, surge como uma esperança renovada para um futuro mais equilibrado e justo.

Assim, a vitória do PSD e da Aliança Democrática, paradoxalmente, pode ser vista como um passo necessário para que o país redescubra e reafirme a importância das políticas socialistas. À medida que os portugueses enfrentam as consequências da desorganização e da incompetência da direita, cresce a compreensão de que um governo forte, coerente e competente não é apenas desejável – é essencial.

Em suma, apos 30 dias, estas eleições não só alteraram o panorama político imediato, como também plantaram as sementes para uma apreciação mais profunda e consciente do valor do PS. Como disse uma vez Winston Churchill, "A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que foram tentadas." Neste ciclo político, os portugueses estão a aprender, através da experiência, a verdade por trás destas palavras, e a importância de uma governação baseada em princípios sólidos e na competência dos seus líderes.

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Este artigo pretende ser um convite à reflexão sobre o papel dos diferentes partidos na construção de um Portugal melhor. A vitória do PSD e da Aliança Democrática pode, ironicamente, ser o catalisador que leva os portugueses a reconhecerem, mais do que nunca, o valor do PS e das suas políticas para o futuro do país.