…”a minha politica é o futebol…”, frase popularucha do antes do 25.04 e retomada depois do 25.11.75…

A presidente da Transparência Internacional em Portugal, Margarida Mano, foi dizer à TSF que, "por muito que tenha sido feito ao longo dos últimos anos, a ação do Governo e dos tribunais não está a ser eficaz", o que "é uma ideia perigosa para democracia"

Numa imensa batota que escamoteia principios bem portugueses como “não se diz mal de quem nos dá o pão”, isto é não se aponta, em Portugal, o dedo aos maiores corruptores, uma boa percentagem do luso patronato e dispara-se para o lado - o futebol e a política seriam pois as áreas mais expostas à corrupção em Portugal, conforme um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) posse da familia Soares dos Santos que é a acionista dominante da Sociedade Francisco Manuel dos Santos e que controla atualmente 56,14 % da Jerónimo Martins.

Ora este estudo hoje segunda-feira, 16.09, publicado, atira-se como gato a bofe no aumentar o problema reputacional da política.

Um tal Barómetro da Corrupção, coordenado pelos investigadores Luís de Sousa e Susana Coroado baseado em 1101 entrevistas a residentes em Portugal continental com mais de 18 anos, realizadas entre 25 de março e 22 de abril de 2024, em média, entende também que a política só atrai pessoas que querem benefícios e que até as pessoas honestas se deixam corromper quando ocupam lugares de poder num ato de verdadeira ofensa a quem age na politica e na verdade afastando dela as Pessoas!

Ainda assim nos atributos mais importantes ao votar num candidato, surge a integridade em segundo lugar, com 20,3% das respostas, atrás da orientação ideológica (24,2%).

Os dados revelam também que a perceção de corrupção relativamente aos políticos é indiferente ao regime, quer se trate de uma democracia ou de uma autocracia.

Apesar de concluir que todas as esferas de atividade são globalmente permeáveis à corrupção, os dados evidenciam a permeabilidade dos clubes de futebol e dos meandros políticos.

A presidente da Transparência Internacional em Portugal, Margarida Mano, sublinha que, "por muito que tenha sido feito ao longo dos últimos anos, a ação do Governo e dos tribunais não está a ser eficaz e, portanto, as pessoas sentem uma descredibilização dos políticos", o que "é uma ideia perigosa para democracia".

Colocados perante uma escala de 0 a 10 - de "nada corrupta" a "extremamente corrupta" -, os inquiridos dão uma nota de 8,1 aos clubes de futebol, seguindo-se os partidos políticos e as autarquias, ambos com 7,5, e o Governo, com 7,3, enquanto as forças de segurança e defesa são vistas como menos permeáveis a este fenómeno.

O estudo recordou igualmente os dados do recente Eurobarómetro Especial sobre Corrupção, que indicou uma preocupação muito maior com a corrupção em Portugal (93%) do que na média da União Europeia (70%)

Analisando esta realidade, numa perspetiva legal do comportamento, a amostra dividiu-se em quatro grupos no que toca à abordagem a este fenómeno, destacando-se dois: os chamados 'intransigentes' (34%), que consideram que a corrupção viola a lei e deve ser sempre condenável independentemente dos seus resultados, e os designados 'falsos moralistas' (32%), que deixam de entender determinada situação como corrupção se esta tiver efeitos positivos para a comunidade.

O abuso de informação privilegiada para benefício de terceiros foi aquele mais percecionado como corrupção (com uma avaliação de 8,6 numa escala de 0 a 10), enquanto as portas giratórias (6,7) e a 'cunha' (5,1) se situaram no extremo oposto, sendo vistas com mais complacência pelos participantes.

Segundo este estudo em 100 pessoas, 62,5 entre os políticos serão corruptas, 48,2 entre os empresários também o sao, 34,4 entre os profissionais e trabalhadores do privado, e 41 pessoas do funcionalismo publico

Mais ainda 51,6% das pessoas acham que o combate à corrupção é em Portugal Nada Eficaz e 13% Totalmente Eficaz isto é ha uma absoluta evidencia da ineficácia deste combate em Portugal

Antonio Sendim