A exploração foi realizada por uma parceria entre a Dragon Oil, dos Emirados Árabes Unidos, e a Gulf of Suez Petroleum Company (GUPCO). O poço exploratório, designado como East Crystal-1, revelou um reservatório significativo, produzindo inicialmente mais de 2.000 barris de petróleo bruto por dia. Esta produção inicial é apenas o começo, uma vez que o grande potencial da área situa-se numa camada petrolífera subjacente, com mais de 30 metros de espessura, ainda em fase de testes. Estima-se que esta camada possa adicionar até 5.000 barris diários de produção.
Segundo dados divulgados pelo portal económico elEconomista, as reservas totais do novo campo poderão alcançar 8 milhões de barris, com possibilidades de expansão à medida que forem realizadas novas perfurações.
A exploração no Golfo de Suez tem beneficiado de tecnologia de ponta, em particular o uso do sistema de exploração sísmica Ocean Bottom Node (OBN), que permite obter imagens tridimensionais de alta precisão do fundo marinho. Esta inovação facilita a identificação de depósitos de hidrocarbonetos em áreas complexas, onde métodos tradicionais de exploração enfrentam limitações.
O sucesso do poço East Crystal-1 junta-se a uma outra descoberta recente no poço S. El-Wasl-1, também situado no Golfo de Suez. Estas descobertas refletem a aposta contínua do Egito em maximizar os seus recursos naturais, dentro de uma estratégia coordenada pelo Ministério do Petróleo e Recursos Minerais, que tem como objetivo aumentar a produção nacional de petróleo e gás.
O Canal de Suez, uma das infraestruturas mais importantes do comércio global, que conecta a Europa, Ásia e África, assume agora um papel duplo: além de ser um ponto vital para a circulação de mercadorias, está a tornar-se uma fonte crescente de recursos energéticos. Esta transformação eleva o Egito a uma posição de destaque no mercado global de energia, permitindo-lhe não apenas reduzir a sua dependência de importações, mas também gerar receitas substanciais com as exportações de petróleo.
O aumento da produção energética terá um impacto positivo na economia egípcia, promovendo o investimento estrangeiro no setor de hidrocarbonetos, além de criar oportunidades de emprego e desenvolvimento de infraestruturas. Este cenário favorece o fortalecimento das relações comerciais entre o Egito e grandes potências económicas, bem como com países emergentes dependentes de fornecimento estável de energia.
Com esta descoberta no Golfo de Suez, o Egito reforça o seu papel de protagonista no mercado energético internacional. Ao aliar recursos naturais abundantes a tecnologias de exploração avançadas, o país consolida a sua segurança energética, impulsiona o seu desenvolvimento económico e melhora a sua posição geopolítica.
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Foto de destaque: Criada por IA