26 Setembro, 2023

Estrategizando

Notícias, Reflexão e Ação.

Quem Paga a Raspadinha em Portugal

Raspadinha: Regulamentação da dependência”, ou incentivo ao jogo clandestino?

Joffre Justino

Ao que nos diz a TSF a provedora da Santa Casa da Misericórdia, Ana Jorge, pretende trabalhar para promover o jogo responsável.

Segundo um estudo que está note-se em primeira fase, o “Quem Paga a Raspadinha”, da responsabilidade de investigadores da Escola de Medicina da Universidade do Minho e a pedido do Conselho Económico Social, existirão cem mil portugueses em potencial risco de desenvolverem um risco de jogo patológico nas raspadinhas e perante tal, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que detém o monopólio dos jogos sociais, pondera avançar com medidas para regular o acesso às raspadinhas.

Assim, e certamente com toda a boa vontade a provedora Ana Jorge, à TSF, veio garantir que a Santa Casa vai trabalhar para promover o jogo responsável.

“Temos de balancear muito a nossa intervenção social de desenvolvimento e de apoio às pessoas com maiores fragilidades e, ao mesmo tempo, uma das suas fontes de rendimento. Estamos completamente disponíveis para abordar o problema e as questões que este estudo poderá apontar para desenvolvermos medidas que possam ir ao encontro daquilo que é o controlo e a regulamentação da dependência. Não tenho nenhuma novidade sobre isso. Todo o trabalho que tem sido feito continua mas, de certo modo, este estudo vai poder acrescentar, fazer refletir e estaremos completamente disponíveis. Vamos encontrar algumas medidas que possam desenvolver ainda mais as questões do jogo responsável”, reconheceu Ana Jorge.

“É uma preocupação para nós e já sentíamos essa preocupação porque conhecíamos alguma realidade, embora não com um estudo como este, que aponta para uma avaliação mais completa e esta é a primeira parte desse mesmo estudo. A Santa Casa tem, de facto, a preocupação. A raspadinha não tem qualquer publicidade associada, como é conhecido. Tem também no departamento de jogos uma equipa que trabalha as questões do jogo responsável e, frequentemente, tem colaboração com o SICAD, a estrutura que em Portugal estuda e trabalha com as dependências”, acrescentou à TSF.

Ora o Estrategizando sendo por princípio anti proibicionista vem antes do mais protestar contra esta mais uma visão patriarcalista que parece surgir de um simples estudo com contornos pouco claros e que faz lembrar em muito a visão religiosa fanática do ptoibicionismo anti alcoolico nos EUA que gerou a ascensão das mafias da venda clandestina do álcool e depois das drogas e que ainda hoje não tem fim !

Não há regulamentação que trave a ansiedade das e dos portugueses que aflitos perante a sua condição de vida apostam em ganhos fáceis para recuperarem de dívidas crescentes!

E na verdade qualquer regulamentação formal só ajudará ao ressurgir de jogos clandestinos e descontrolados!

Sugerimos pois em alternativa que a provedora Ana Jorge que dedique uma parte dos resultados dos vários jogos que gere a Santa Casa em campanhas nos media e nas escolas sobre o auto controlo perante os jogos de sorte.

Joffre Justino

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