O conhecido cavaleiro tauromáquico João Moura está atualmente a enfrentar julgamento no Tribunal de Portalegre, acusado de cometer 18 crimes de maus-tratos a animais de companhia. Estas graves alegações foram apresentadas pelo Ministério Público e lançam uma dúvida sombria sobre os 45 anos de carreira de Moura no mundo da tauromaquia.
O julgamento começou às 09h30 no Juízo Local Criminal de Portalegre, onde João Moura enfrenta 17 acusações de maus-tratos a animais de companhia e uma adicional por maus-tratos agravados, todos ocorridos entre 2019 e 2020 na sua propriedade em Monforte, no distrito de Portalegre.
As alegações descrevem um ambiente emocionalmente perturbador, onde os animais eram subjugados de forma cruel em praças de touros.
Os detalhes do caso são chocantes: em 19 de fevereiro de 2020, a GNR deteve João Moura após cumprir um mandado de busca na sua propriedade e apreender 18 cães que haviam sido vítimas de abusos inimagináveis.
O Ministério Público descreveu o estado de saúde de cada um dos 18 animais apreendidos, incluindo magreza extrema, condição corporal deplorável e ferimentos sem tratamento. Alguns dos cães estavam a sofrer de doenças graves, e uma cadela com quase 8 anos acabou por morrer no dia da operação da GNR devido a insuficiência hepática e renal aguda.
O MP adianta que, pelo menos entre dezembro de 2019 e 19 de fevereiro de 2020, João Moura “privou os 18 animais de acesso a água e alimento em quantidade suficiente, de alojamento limpo, de quaisquer cuidados de saúde e de higiene, de vacinação e tratamentos de desparasitação”.
No dia da operação que levou à detenção, os cães estavam “confinados em boxes de cavalos, dois a cinco animais por boxe, sem quaisquer equipamentos ou utensílios para fornecimento de alimento ou água”.
“Os espaços onde estavam alojados apresentavam grande acumulação de excrementos de muitos dias” e os cães “não possuíam um espaço seco e macio para repousar, dormindo sobre o cimento e sobre os dejetos acumulados”, descreve a acusação.
Embora possa não haver uma conexão direta entre a tauromaquia e os maus-tratos a animais, as alegações lançam luz sobre questões éticas relacionadas à exploração animal em eventos como touradas.
A crueldade contra os animais é uma nódoa na nossa consciência coletiva. É um reflexo da nossa falta de compaixão e respeito por todas as formas de vida. Quando permitimos que tal aconteça, diminuímos a nossa humanidade.
Este caso serve para recordar de que a sociedade está cada vez mais atenta aos direitos dos animais e não tolerará abusos.
A história ensina-nos que a evolução da sociedade é marcada pela nossa capacidade de reconhecer o sofrimento dos mais vulneráveis e de agir para protegê-los.
Agora é o momento de agir. A mudança começa com a consciência e a ação. É responsabilidade de cada um de nós erguer a voz contra a crueldade e ser a voz daqueles que não podem falar.
Juntos, podemos criar um mundo onde a compaixão prevaleça sobre a crueldade.
Joffre Justino
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