Num país onde 60% da população aufere menos de 2 dólares por dia, o equivalente a 60 dólares por mês, assistimos a uma cena desoladora: camiões descarregam arroz fora de utilização numa lixeira em Benguela. Porquê? A resposta é simples e angustiante. As pessoas correm para esta lixeira em busca de algo que, para muitos de nós, é um dado adquirido – comida. Esta é a dura realidade da fome.
Joffre Justino
Em Portugal, poucos parecem importar-se com esta situação angolana. Poucos levantam a voz em apoio à luta pela democracia, pela distribuição da riqueza e pelo bem-estar dos angolanos. Onde estão agora aqueles que se autodenominavam como a Esquerda Internacionalista, seguindo a tradição das revoluções dos séculos XIX e XX?
Angola é um país de língua portuguesa e, ironicamente, não é um país pobre, mas sim riquíssimo em recursos naturais, incluindo petróleo, diamantes, ouro e ferro. Além disso, possui terras férteis, capazes de proporcionar uma abundante produção agrícola, desde que a gestão seja adequada e se tenha acesso à água em quantidade suficiente. Infelizmente, mesmo com esses recursos, a realidade do povo angolano é de privações.
Este é um exemplo do neoliberalismo a operar de forma iliberal, onde a exploração de recursos não se traduz em benefícios para a população.
A questão que se coloca é: quem está disposto a agir, a levantar a bandeira da justiça social e a apoiar a Angola na sua busca por um futuro mais digno?
Neste contexto, a nossa missão deve ser a dos agentes de mudança, orientando-nos pela justiça, pela igualdade e pelo bem-estar de todos.
Lembremos as palavras de Albert Einstein: “O mundo não será destruído por aqueles que praticam o mal, mas por aqueles que os observam sem fazer nada.”
É hora de agir e apoiar a causa da justiça social em Angola e em todo o mundo.
Joffre Justino
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