Missão Japão: Especialistas de Coimbra Usam Drones e IA para Combater o Lixo Marinho

É com grande entusiasmo que destacamos a contribuição significativa de dois especialistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) para a batalha contra o flagelo do lixo marinho no Japão.

Numa reunião de peritos internacionais organizada pelo Ministério do Ambiente do Japão (MOEJ), agendada para os dias 11 e 12 de setembro em Tóquio, serão debatidas diretrizes cruciais relacionadas à monitorização do lixo marinho nas praias japonesas.

Estes especialistas, pertencentes ao grupo Smart Marine Litter Remote Sensing Technology (SmartMLRST), têm como missão crucial ajudar o Japão a cumprir a ambiciosa meta traçada na cimeira do G20 em 2019: eliminar completamente a poluição causada pelo lixo marinho até 2050, incluindo os detestáveis plásticos.

O Professor Gil Gonçalves, da FCTUC e investigador no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra (INESC-Coimbra), destaca a importância destas diretrizes. Ele explica que estas diretrizes serão essenciais para padronizar os métodos de monitorização, proporcionando dados comparáveis sobre a distribuição, quantidade e composição do lixo marinho, incluindo plásticos, que são cruciais para implementar medidas de mitigação.

Umberto Andriolo, também investigador no INESC-Coimbra e membro do SmartMLRST, detalha a contribuição do projeto UAS4Litter. Este projeto inovador desenvolveu um quadro de referência baseado em drones de baixo custo para a deteção, identificação e mapeamento do lixo marinho em sistemas praia-duna. Utilizando drones equipados com câmaras digitais, esta framework gera produtos geoespaciais para estudar a dinâmica do lixo marinho, usando métodos manuais e automáticos baseados em IA. Os mapas resultantes podem otimizar operações de limpeza e caracterizar a abundância e dinâmica do lixo marinho nas zonas costeiras.

Durante a reunião no Japão, várias tecnologias de deteção remota serão analisadas, mas o destaque vai para os drones, considerados uma das ferramentas mais promissoras na monitorização do lixo marinho nas praias e zonas costeiras.

Este trabalho notável não se limita ao Japão; o protocolo desenvolvido no projeto UAS4Litter também foi apresentado ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), que pretende implementá-lo na monitorização do lixo marinho nas áreas costeiras de Guarajá. Assim, estamos a testemunhar uma disseminação global de conhecimento e tecnologia em prol da proteção dos nossos preciosos oceanos.

Neste contexto, é inspirador ver como a ciência e a tecnologia, aliadas a esforços internacionais, podem abrir caminho para um futuro mais limpo e sustentável. Estes especialistas da FCTUC estão a dar um contributo inestimável para alcançar a visão de um mundo sem lixo marinho, uma visão que todos nós devemos abraçar com entusiasmo.

Como personalidades de renome afirmaram, “A união faz a força”, e é através de colaborações como esta que podemos enfrentar os desafios mais prementes do nosso tempo.

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