26 Setembro, 2023

Estrategizando

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O Peru a caminho da fascização !

A Junta Nacional de Eleições (JNE) a mais alta autoridade eleitoral do Peru, denunciou que o Congresso interfere no seu trabalho através de modificações constitucionais que procuram reforçar o controlo político dessa entidade.

O presidente do JNE, Jorge Luis Salas Arenas, avisou que caso se concretize a pretensão de activar o controlo político da sua instituição e dos órgãos eleitorais em geral, viveremos um atentado contra os princípios que sustentam o Estado constitucional e democrático de direito.

Assinalou que as autoridades eleitorais devem ter as máximas proteções para poderem realizar o seu trabalho sem qualquer tipo de ingerência política, pois de outra forma seria afetada a separação de poderes, a independência, a autonomia e a imparcialidade que estas têm por mandato constitucional.

Durante o seu discurso na sessão solene do 92º aniversário da criação do Tribunal Superior Eleitoral, Salas Arenas lembrou que o Tribunal Constitucional instou o Congresso da República a reformar o artigo 99.º da Constituição Política, para que os deputados do JNE e os dirigentes do ONPE e da Reniec podem ser acusados ​​politicamente perante o Parlamento.

Se se concretizarem os projetos de lei que tramitam no Congresso da República para cortar a autonomia da Junta Nacional Eleitoral (JNE) e dos demais componentes do sistema eleitoral, haverá um retrocesso de mais de 90 anos na democracia peruana, considerou o historiador Antonio Zapata.

Entre essas iniciativas está o Projeto de Lei nº 4333/2022-CR, Lei de Reforma Constitucional que altera o artigo 99 da Constituição Política para incorporar membros do JNE e titulares de Gabinete no âmbito do impeachment Registro Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) e o Registro Nacional de Identificação e Estado Civil (Reniec).

Ele lembrou que no Peru existem órgãos constitucionalmente autónomos, como o JNE, porque precisam ter legitimidade perante os cidadãos e atores políticos, já que nessas instituições há gestão técnica e profissional. “Eles não podem ser politizados”, enfatizou.

Zapata explicou que em uma democracia devem ser seguidas certas regras, entre elas a de que a participação política seja aberta, sem exclusões, e outra de que os juízes eleitorais sejam neutros. Se um desses elementos for removido, a democracia desaparece, apontou.

Joffre Justino

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