Porto de Beirute ficou com cratera com 43 metros de profundidade
No local estavam 2750 toneladas de nitrato de amónio armazenadas durante seis anos
A explosão no porto de Beirute criou uma cratera com 43 metros de profundidade, segundo a segurança libanesa, citando avaliações feitas por especialistas franceses em pirotecnia enviados para o local.
A explosão de terça-feira, que provocou mais de 150 mortos, seis mil feridos e dezenas de desaparecidos, aconteceu num armazém onde, segundo o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, estavam 2750 toneladas de nitrato de amónio armazenadas e a França ofereceu apoio logístico ao Líbano, incluindo para a investigação à explosão, e enviou forças de segurança, equipas de busca e ajuda médica.
O American Institute of Geophysics (USGS), com sede na Virgínia, revelou ter registado a explosão como um terramoto 3,3 na escala Richter.
No sábado, milhares de cidadãos manifestaram-se em protesto
com a classe política, acusada de corrupção, incompetência e negligência após a explosão, e avançaram do centro de Beirute até aos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Energia sendo retirados pelo exército enquanto muitos manifestantes gritaram “vingança, vingança, até à queda do regime”.
A Cruz Vermelha libanesa informou que 130 pessoas ficaram feridas nos confrontos entre a polícia e os manifestantes, 28 das quais tiveram de ser transportadas para o hospital.
Hoje, realiza-se uma videoconferência de doadores para o Líbano, coorganizada pelas Nações Unidas e pela França.
Ainda no final da tarde de sábado, num discurso difundido pela televisão, o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, afirmou que “apenas eleições antecipadas podem permitir uma saída da crise estrutural” e apelou “a todas as partes políticas que se entendam”.