O Brasil comemora neste 31 de março, o 56° aniversario do golpe de Estado contra o presidente João Goulart, perpetrado pelos
militares en 1964, e que originou uma ditadura de 20 anos.
O Estrategizando jornal de Causas onde a luta pela Democracia e os Direitos Humanos em especial na CPLP são centrais teria de recordar esta data curvando-se perante todas e todos os que combateram essa vil ditadura como Dilma Rousseff, Lula e claro amigos e companheiros nossos como Ladislau Dowbor, Paulo Martins, Jorge Pinheiro, Epaminondas Jácome
No ano passado, ao celebrar-se este aniversario, aconteceu a polémica decisão do fascista Bolsonaro, de ordenar às Forças Armadas que realizassem cerimónias para festejar o golpe militar, o que gerou o repudio de múltiplos sectores políticos e sociais brasileiros.
O golpe militar aconteceu contra a governação de Goulart orientada por uma política de justa distribuição de serviços e recursos para o povo, assim como nacionalização da industria petrolífera e a reforma agraria que reorganizaria o territorio.
Tal governação foi entendida pelas elites e sectores poderosos como uma ameaça comunista, pelo que de imediato usaram o poder do exército para consolidar um golpe de Estado, onde os EUA tiveram ums participação activa.
Na sua chegada ao Governo, Goulart não exercia pleno poder como presidente ante o desejo arbitrário do Congresso de mudar o sistema político de presidencialista a parlamentar limitando assim o presidente.
Perante o fracasso parlamentarista um plebiscito gerou a alternativa para que o Brasil regressasse de novo a um Estado presidencialista e apoiado por grupos sociais e o voto de 12 milhões de cidadãos, João Goulart promoveu reformas para distribuir a riqueza.
O então embaixador dos EUA no Brasil, Lincoln Gordon manifestou a sua oposição às políticas de Goulart e enviou à Casa Branca um famoso relatório titulado de “Plano de Contingência para o Brasil”, onde que detalhava a influencia do comunismo soviético e que tal provocaria uma revolução de Esquerda no país.
Três meses e meio depois deste documento ocorreu o golpe de Estado.
Sob o pretexto de conservar a linha constitucional, o general do Exército brasileiro, Mourão Filho, avançou para o Río de Janeiro com as suas tropas e os EUA mandaram numerosos aviões, naves de guerra e quatro navio petrolíferos para dar inicio à operação “Brother Sam“.
As ações conjuntas da oposição a Goulart geraram que no de 1° abril de 1964, o Congresso declarou o seu encerramento e no dia seguinte, o mesmo se concretizasse.
Condenado ao exílio, Goulart mudou-se para o Uruguai com a sua família a 2 de abril.
Entretanto os assassinatos e desaparecimentos de opositores ao regime militar no Brasil foram investigados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), por comissões estaduais da verdade, por entidades de direitos humanos e pelos próprios familiares das vítimas.
Nessas diversas investigações, há discrepância nos números de mortos e desaparecidos computados. A CNV, em seu relatório final, reconheceu 434 mortes e desaparecimentos políticos entre 1964 e 1985, dos quais a maioria ocorreu no período da ditadura.
Estão incorporados na lista casos apurados pelo(a):
- Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, instituída em 1995 e vinculada à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que contabilizou 362 casos de mortes e desaparecimentos políticos;
- Centro de Documentação Eremias Delizoicov e a Comissão de Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos, que, em 2010, organizaram um site listando 383 mortos e desaparecidos políticos;
No Brasil, segundo o levantamento da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da SEDH-PR sabe-se que pelo menos 50 mil pessoas foram presas somente nos primeiros meses da ditadura militar e cerca de 20 mil brasileiros passaram por sessões de tortura.
Além disso, existem 7.367 acusados e 10.034 atingidos na fase de inquérito em 707 processos judiciais por crime contra a segurança nacional; sem falar nas milhares de prisões políticas não registradas, nas quatro condenações à pena de morte, nos aproximadamente 130 banidos, nos 4.862 cassados, nas levas de exilados e nas centenas de camponeses assassinados.
Um levantamento feito pela Comissão Nacional da Verdade, 191 brasileiros que resistiram à ditadura foram mortos, 210 estão até hoje desaparecidos e foram localizados apenas 33 corpos, totalizando 434 militantes mortos e desaparecidos. E os agentes dos órgãos de repressão do Estado que foram até agora identificados, responsáveis pelas torturas e assassinatos, totalizam 337.