Em quase seis meses de governo, Bolsonaro transformou o programa de saúde pública Mais Médicos em “Menos Médicos”. A defasagem de profissionais de saúde não foi regularizada desde que os cubanos deixaram o país, em novembro de 2018.
Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, a ausência dos cubanos deixou 28 milhões de usuários sem atendimento. A situação se complicou depois que 1.052 médicos brasileiros deixaram este programa de saúde pública nos três primeiros meses deste ano.
O ministro da Saúde não manteve a palavra de apresentar, entre
abril e maio, um projeto para substituir o Mais Médicos. Já foi antecipado que
o novo programa não vai atender grandes cidades. Ao priorizar pequenos
municípios e locais distantes, talvez seja necessário convidar profissionais
estrangeiros. Entre 2013 e 2017, 54% dos
médicos brasileiros desistiram do Mais Médicos.
Diante desse impasse, estados e municípios estão criando programas próprios de
saúde pública. O estado do Ceará já lançou um modelo. Ao mesmo tempo, o
Consórcio do Nordeste, que se tornou uma representação jurídica de nove
estados, pretende contratar médicos cubanos para atuarem na região. Para essa
finalidade, foi feito um contato com a Opas, Organização
Pan-Americana de Saúde.
A saúde particular também enfrenta problemas. De dezembro de 2019 a março, planos de saúde perderam 212.595 clientes, segundo a Agência de Saúde Suplementar, ANS. Com novos os reajustes divulgados por operadoras de planos de saúde, a perda de clientes poderá aumentar.
Imagem destaque: Mais Médicos cubanos no Brasil (Foto: Portal Vermelho)
Silvio Reis, jornalista brasileiro