Tal como a Penélope, que tecia de dia, desfazendo á noite para prolongar a espera de Ulisses, a Helena Justino foi fazendo desenhos como quem faz crochet, para enganar os males que a minaram nos últimos tempos e, consequentemente, para lutar contra o esquecimento.
O resultado foi um lídimo conjunto de desenhos, líricos uns, sarcásticos outros, mas sempre onde a poesia da vida espreita, como constância da vontade indómita que acaba sempre por vencer as adversidades.
A obra de Helena Justino mantém uma fidelidade particular à sua escola portuense, a ESPAP, onde recebeu a influência da expressão livre de Júlio Resende e a disciplina e o rigor de Lagoa Henriques, em que o lirismo está sempre presente, assim como às ligações afectivas a África, que estão patentes no estilo da composição e sobretudo nas cores vivas e fortes que fazem a peculiaridade da sua obra.
Rodrigues Vaz
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