São mais de cem os intelectuais de diferentes partes do mundo que subscreveram uma carta aberta de repúdio à ordem de Jair Bolsonaro para que os quartéis comemorem o 31 de Março, de 1964.
A data em que aconteceu o golpe militar que lançou o Brasil para o seu mais longo período de exceção ditatorial completa 55 anos, e merece o desprezo do mundo!
Subscrevem o documento os argentinos Adolfo Peres Esquivel, ativista de Direitos Humanos e vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1980 e Nora Cortiñas, fundadora das Madres de la Plaza de Mayo; Margaret Archer, presidente da Pontifícia Academia de Ciências Sociais do Vaticano; o sociólogo Didier Fassin, da Universidade de Princeton; e o sociólogo francês Alain Caillé em resposta a um apoio apoio pedido pelas vítimas e familiares de vítimas da ditadura que aguardam para esta sexta-feira, 29, uma decisão o Supremo Tribunal Federal em relação ao mandado de segurança para impedir os festejos do 31 de Março.
São autores desta ação que procura impedir as comemorações fascistas e que decorre no STF Tatiana Merlino, Angela Mendes de Almeida, Amelinha Teles, Janaina Teles, Edson Teles, Crimeia Alice de Almeida e familiares do jornalista Vladimir Herzog, através do Instituto Herzog – todos reconhecidos como vítimas ou familiares de vítimas da ditadura no relatório da Comissão Nacional da Verdade, publicado em 2014.
A ordem de Bolsonaro provocou imediata reação em todo o País com o Ministério Público Federal, MPF, a recomendar às unidades militares que se abstenham de fazer festa pelo 31 de março.
O manifesto dos intelectuais diz que “o presidente da República se comprometeu há menos de 100 dias a defender e implementar as normas emanadas da Constituição Federal de 1988”.
“O texto constitucional não é um amontoado de palavras cujo sentido pode ser arbitrariamente estabelecido e interpretado por nenhum agente público, muito menos pelo Presidente da República”, alerta o manifesto.
Eles concluem o texto afirmando que “a decisão (do presidente) atenta contra o povo brasileiro, contra o projeto de um país inclusivo, contra normas nacionais e internacionais e contra todas e todos que lutam em diferentes partes do mundo por justiça, reparação e pela não repetição de arbítrios e barbáries.
“Democracia e tortura não andam de mãos dadas.”
Há claro que questionar o PR o PM e o MNE em Portugal qual a posição que tomam perante estas comemorações fascistas !
Foto de destaque: Ato em memória aos 50 anos da Ditadura Militar no Brasil, na sede do DOI-CODI em São Paulo (Paulo Pinto/Fotos Públicas)
Joffre Justino