Nos dois artigos anteriores, referi a questão da importância e da relevância do estímulo visual para a eficácia da comunicação. Hoje trago a capa da próxima edição da revista Time que será publicada a 3 de setembro próximo, para que, a título de exemplo, possamos refletir com pouco mais de detalhe, porque essa questão é tão importante para os órgãos de comunicação social e para todos os media em geral, incluindo os departamentos de comunicação de todas as organizações e/ou pessoas individuais que façam da comunicação o seu principal instrumento de trabalho.
Para percebermos o que está por detrás da escolha das capas da Time e de outras revistas de renome internacional, imaginem as tecnologias mais recentes e de ponta existentes no mercado, como os instrumentos de medição biométricos, psicométricos e neurométricos e que validam as escolhas realizadas.
Já não basta o conhecimento empírico e a experiência dos profissionais. É necessário mais ciência nas empresas e aqui, verdade seja dita, muito do que o neuromarketing pode oferecer, a Time utiliza na sua escolha de capa com o intuito de “vender” o seu produto de uma fora “neuro”.
Tecnologias como o Eye- tracking, PET – A Tomografia por Emissão de Positrões , MEG – Magnetoencephalography, EEG – Eletroencefalografia, GSR- Galvanic skin response entre outras são cada vez mais utilizadas com o fim de prever as escolhas dos consumidores, envolvendo-os num ambiente emocional propício para capturar a atenção da mente de todos os leitores.
Como refere Heitor Fox, neurocoach e especialista em neurocomunicação, ligado nos últimos anos à Neurostrategy, empresa representante da Salesbrain no mercado português, “it’s all about your brain”, ou seja, tudo reside no nosso cérebro e é o resultado da experiência da nossa mente em ação.
Conhecendo melhor os mecanismos de funcionamento do cérebro e da mente humana, seremos capazes de compreender, reconhecer e aplicar de forma mais eficaz os processos de comunicação que garantam e façam perdurar a informação/conhecimento em cada um dos destinatários das mensagens.
A escolha das fotos para capas dos Jornais e das Revista são fundamentais para o sucesso das mesmas e condicionam todo o processo de decisão dos respectivos leitores.
As últimas descobertas da neurociência aplicada, sugerem que, comunicando com parte do cérebro “mais antiga”, a que está por debaixo do nível da consciência, aumentamos a eficácia da comunicação, através do enfoque no estímulo visual e emocional.
E se por acaso existissem dúvidas, até de uma forma simplista, bastar-nos-ía observar esta última capa da Time para sentirmos na pele a narrativa por detrás do processo “Trump”…
A caminho do impeachment???
José Elias Ramalho