"As declarações que o senhor presidente proferiu em reunião de executivo municipal assentam no depoimento que nessa mesma reunião pública foi prestado pela empresa municipal que gere o Mercado do Bolhão", acrescentou. 

Perante uma recomendação do BE para que o município fizesse uma avaliação da gestão do equipamento e promovesse a participação ativa dos comerciantes Rui Moreira disse não ser possível confundir o trabalho desenvolvido pelos serviços da empresa municipal responsável pela gestão do mercado, GO Porto, com "um conjunto de mentiras" difundidas pela associação.

"Temos alguém que foi inquilina, já não é, e que aquilo que pretende é politizar o assunto. Peço imensa desculpa, mas comigo não vai discutir o assunto", afirmou o autarca.

A essas afirmações a comerciante respondeu que “Nesse dia e nos seguintes, entre outras afirmações difamatórias e desvalorizastes, foi afirmado que a empresa e por conseguinte Helena Ferreira era antiga arrendatária, que havia sido arrendatária mas já não o era e que teria de livre vontade entregar o espaço até ao dia 19 de março 2024", ora a comerciante Helena Ferreira diz que, apesar de não ser "o desejo nem do Rui Moreira nem da Cátia Meirinhos", se mantém arrendatária da loja.

Desta forma temos duas queixas a primeira apresentada em outubro de 2023 contra a vice-presidente da GO Porto, Cátia Meirinhos, e contra "incerto do gabinete da presidência", que deu origem a um inquérito do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Comarca do Porto.

"A primeira inquirição deste processo, como denunciante, ocorreu no dia 24 de abril 2024, no DIAP Porto, tendo antecipadamente Helena Ferreira dado oportunidade a Rui Moreira para se retratar da matéria difamatória, o que não ocorreu", e no início deste ano, Helena Ferreira voltou a apresentar uma nova queixa-crime pela prática dos crimes de ameaça e abuso de poder, que também seguiu para o DIAP.

Nesta queixa, a comerciante acusa a autarquia de ter "tentado anular o licenciamento da obra com várias manobras questionáveis".

"As obras da antiga arrendatária, apesar dos contratempos e dificuldades, entraram na fase final, iniciando-se na próxima semana a preparação da abertura da loja", refere, considerando que se tornou "um alvo a abater por quem governa a cidade e gere o Mercado do Bolhão"!

O mercado do Bolhão é conhecido pela tipicidade dos seus comerciantes mas em nenhum momento pondo em causa a sua honorabilidade conhecendo-se as origens do Mercado do Bolhão, que vem de 1839, quando o município do Porto decidiu construir uma praça em terrenos adquiridos ao cabido.

Neste local existia um extenso lameiro, atravessado por um regato que ali formava uma bolha de água, de que resultou o nome do mercado 'Bolhão'.

Mais tarde, no início do século XX, os dirigentes da cidade decidiram construir fora do burgo um novo mercado, de forma a assegurar o abastecimento de alimentos que permita a expansão da cidade, e em 1910 surgiu um ante-projecto do arquitecto Casimiro Barbosa, que previa um edifício com duas alas, com a Rua de Sá da Bandeira como eixo central projecto que foi abandonado por razões económicas, acabando por ser construído, em 1914, o actual edifício, num projecto desenhado pelo arquitecto Correia da Silva.

Tratou-se de uma obra de vanguarda para a época, devido à utilização do betão armado em conjugação com estruturas metálicas, coberturas em madeira e cantaria de pedra granítica.

Actualmente e depois de n modificações o edifício do Mercado do Bolhão esta renovado e reconstruído durante mais de 4 anos, e 15 de setembro de 2022 foi reaberto ao público.

Liberal foi também Bulhão Pato um poeta que nasceu em Bilbau, e em 1845, o jovem Bulhao Patp conhecido como um Bon vivant, apreciador de caçadas, viagens, e bem conhecido pela gastronomia e a companhia de intelectuais, como Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Andrade Corvo, Latino Coelho, Mendes Leal, Rebelo da Silva e Gomes de Amorim.

Forneceu receitas para a obra O cozinheiro dos cozinheiros, editada em 1870 por Paul Plantier e aderiu à voga ultrarromântica, acrescentando elementos folclóricos e descrições de cenas e tipos populares, em linguagem viva e coloquial.

O poema Paquita, sucessivamente reeditado de 1866 a 1894 e que o tornou célebre, parece já prenunciar um certo realismo e entretanto na sua poesia satírica reflete já uma certa preocupação social.

Em 1850, publica o seu primeiro livro, Poesias de Raimundo António de Bulhão Pato; em 1862 aparece o segundo, Versos de Bulhão Pato, e, em 1866, o poema Paquita. Publicaram-se depois, em 1867 as Canções da Tarde; em 1870 as Flôres agrestes; em 1871 as Paizagens, em prosa; em 1873 os Canticos e satyras; em 1881 o Mercador de Veneza; em 1879 Hamlet, traduções das tragédias de William Shakespeare e do Ruy Blasde Victor Hugo.

Em 1881 seguindo-se outras publicações: Satyras, Canções e Idyllios; o Livro do Monte, em 1896.

Para o teatro, escreveu apenas uma comédia em um acto, Amor virgem n'uma peccadora, encenada no Teatro D. Maria II em 1858 e publicada nesse mesmo ano.

Foi colaborador em diferentes publicações periódicas, nomeadamente: A Época [8] (1848-1849) jornal fundado e dirigido por Andrade Corvo juntamente com Rebelo da Silva; Revista do Conservatório Real de Lisboa [9](1902), Pamphletos (1858), A illustração portugueza (1884-1890)[10] A Semana de Lisboa [11] (1893-1895), Revista Peninsular, Gazeta Literária do Porto [12] (1868), Revista Universal Lisbonense[13], Branco e Negro [14] (1896-1898) e Brasil-Portugal[15], Serões[16](1901-1911), Ilustração Luso-Brasileira [17] (1856-1859) e na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil [18] (1859-1865), Tiro civil [19] (1895-1903) entre outros.
Por seu ultrarromantismo, influenciado por Lamartine e Byron, e seus dotes culinários, Bulhão Pato acreditou ter servido de inspiração a Eça de Queirós na composição do personagem — algo caricatural — do poeta Tomás de Alencar, que aparece em Os Maias (1888).[20] Ao se crer retratado no romance — o que Eça negou, em uma deliciosa carta ao jornalista Carlos Lobo d'Ávila[21] —, Bulhão Pato parece ter ficado furioso e, em resposta, escreveu as sátiras "O Grande Maia" (1888) e "Lázaro Cônsul" (1889).

Não Bulhão Pato nada tem a ver com o mercado do Bolhão mas tem certamente muito mais que Rui Moreira bem falho em preocupações sociais e ainda mais em gastronomia não nos deixando nenhumas amêijoas à Bulhão Pato

Paronamices que conduziram a este texto noticia …

Joffre Justino