"Na sequência do ato eleitoral, entendeu que, apesar da sua vitória tangencial e parlamento fragmentado que resultou das eleições, reunia as condições para formar Governo. Se o fez, foi certamente porque confiou nas suas capacidades para garantir condições de governação estável", apontou.
Pedro Nuno Santos considerou que a partir de hoje o Governo de Luís Montenegro "tem a oportunidade e a responsabilidade de o provar".
"E essa prova será constante. Não acaba neste debate. Pelo contrário, essa prova só começa verdadeiramente hoje", sustentou.
Insistindo que "a não viabilização das moções de rejeição" - o PS vai abster-se nas moções de BE e PCP - significa "permitir o início da ação governativa" sendo que o PS será intransigente na defesa das liberdades, direitos e garantias e não ser lida "como um apoio ao programa de Governo".
"O senhor primeiro-ministro em vez de se congratular com a posição do PS quis concluir mais do que podia sobre o nosso sentido de voto. Percebo que quisesse que o PS lhe assegurasse o número de deputados que os portugueses não lhe deram, mas não foi para isso que os deputados do PS foram eleitos", argumentou.
De acordo com Pedro Nuno Santos, o PS já "resolveu uma crise na Assembleia da República" aquando da eleição do seu presidente e já se disponibilizou "para aprovar um orçamento retificativo, caso seja necessário, para valorizar as carreiras e a grelha salarial dos trabalhadores da administração pública"
"Agora, não somos nós que temos de procurar condições de governabilidade", avisou.
O líder socialista enfatizou que "o PS não tem duas faces, uma antes e outra depois da campanha eleitoral" e hoje "não pensa de forma distinta do que pensava" antes das eleições de 10 de março.
"Hoje o PS continua a achar que o programa eleitoral da AD, agora transformado em programa de Governo, é ilusório na sua base macroeconómica, é irrealizável no seu conjunto de promessas, é ineficaz nas soluções propostas para os problemas, é injusto na distribuição dos recursos e vai incapacitar futuras respostas dos serviços públicos aos problemas dos portugueses", criticou.
Na reta final do seu discurso - aplaudido de pé por toda a bancada - Pedro Nuno Santos deixou a garantia a todos os portugueses que "o PS será intransigente na defesa das liberdades, direitos e garantias", já que há uma "ameaça real" às conquistas alcançadas em 50 anos de democracia.
Joffre Justino