Não ha trocos nem moedas que consigam dar realce a um mero movimento militar, o 25.11.75, onde a Direita foi mero capataz ( ela dominou a seguir cavalgadura que é cavalgando o desnorte e a desorientação ideológica de uma Esquerda dividida !

Estes trocos e moedas truques, de falso prestidigitador, não salvam algo que todos preferem ignorar e sobretudo quando se homenageia dois e se ignora um em vez de pugnar pela unidade nacional!

Mas hoje temos novos protagonistas, os 11 Pro Clima, esses jovens que Resistem ( o que a Constituição permite e o juiz não) que pugnam por um Clima com Futuro para todas e todos ( todos, todos, todos!), que apontam o dedo aos consumidores que não dizem aos produtores basta de poluição, do automóvel, do avião, do navio, da fabrica, da exagerada concentração humana, dos poluentes quimicos sobre os solos e plásticos sobre o mar!

Ha um juiz que se quer mostrar incapaz de ver mais que a folha outonal e se recusa a ver a Floresta ferida pela depredação humana que quer condenar os 11 Pelo Clima em cima de Abril e Maio 50 anos depois da destruição do Fascismo!

Como é triste viver isto avô como dói ver uma justiça dominada pelo poder baixo vaticanista opusdeista dominada pela ideologia da ganância consumista!

E sobretudo porque até nas sondagens o Povo os derrota, com o 25 de Abril a ser saudado por 94% dos com 68% a considerarem a data “muito importante”, enquanto que o 25.11 dos srs trocos i.e. moedas é tida como importante para a Democracia por … 4% dos inquiridos!

Já a aprovação da Constituição da Republica é reputada importante por 14% dos inquiridos ( claro que o juiz que julga os 11 Pro Clima não está entre estes 14%! )!

Estou entre os 5% que considera que no plano militar Melo Antunes foi mesmo determinante no “período de transição” ( no PREC oh pá!) e mesmo que simpatize com Salgueiro Maia, na verdade prefiro apesar de tudo os que agitaram as aguas ( eles deram força ao papel da Democracia Participada) como Otelo, Duran Clemente, Vasco Lourenço, ( é uma pena ver-vos tão divergentes…), Ramalho Eanes sim o conservador mas ativista Eanes ….

Mas sem duvida alguma a Personalidade da Revolução ( a vencedora e ainda bem a democrática burguesa, caso contrario a Europa, até mais que Portugal, teria explodido!) foi Mario Soares que seguiu Castro Alves,

O Povo ao Poder 
 
Castro Alves
 
Quando nas praças se eleva 
Do Povo a sublime voz… 
Um raio ilumina a treva 
O Cristo assombra o algoz…
 
Que o gigante da calçada 
De pé sobre a barrica 
Desgrenhado, enorme, nu 
Em Roma é catão ou Mário, 
 
É Jesus sobre o Calvário, 
É Garibaldi ou Kosshut.
 
A praça! A praça é do povo 
Como o céu é do condor
É o antro onde a liberdade 
Cria águias em seu calor! 
 
Senhor!… pois quereis a praça? 
Desgraçada a populaça 
Só tem a rua seu… 
Ninguém vos rouba os castelos
 
Tendes palácios tão belos… 
Deixai a terra ao Anteu.
 
Na tortura, na fogueira… 
Nas tocas da inquisição 
Chiava o ferro na carne 
Porém gritava a aflição. 
Pois bem … nesta hora poluta 
 
Nós bebemos a cicuta 
Sufocados no estertor; 
Deixai-nos soltar um grito
Que topando no infinito 
 
Talvez desperte o Senhor. 
 
A palavra! Vós roubais-la 
Aos lábios da multidão 
Dizeis, senhores, à lava 
Que não rompa do vulcão.
Mas qu’infâmia! Ai, velha Roma, 
Ai cidade de Vendoma, 
Ai mundos de cem heróis,
Dizei, cidades de pedra,
Onde a liberdade medra
Do porvir aos arrebóis.
 
Dizei, quando a voz dos Gracos 
Tapou a destra da lei? 
Onde a toga tribunícia 
Foi calcada aos pés do rei? 
Fala, soberba Inglaterra, 
Do sul ao teu pobre irmão; 
Dos teus tribunos que é feito? 
Tu guarda-os no largo peito 
Não no lodo da prisão. 
No entanto em sombras tremendas
Descansa extinta a nação 
Fria e treda como o morto.
E vós, que sentis-lhes os pulso
Apenas tremer convulso
Nas extremas contorções…
Não deixais que o filho louco
Grite “oh! Mãe, descansa um pouco 
Sobre os nossos corações”. 
 
Mas embalde… Que o direito 
Não é pasto de punhal. 
Nem a patas de cavalos 
Se faz um crime legal… 
Ah! Não há muitos setembros, 
Da plebe doem os membros 
No chicote do poder, 
E o momento é malfadado 
Quando o povo ensanguentado 
Diz: já não posso sofrer. 
 
Pois bem! Nós que caminhamos 
Do futuro para a luz, 
Nós que o Calvário escalamos 
Levando nos ombros a cruz, 
Que do presente no escuro 
Só temos fé no futuro, 
Como alvorada do bem, 
Como Laocoonte esmagado 
Morreremos coroado 
Erguendo os olhos além. 
 
Irmãos da terra da América, 
Filhos do solo da cruz, 
Erguei as frontes altivas, 
Bebei torrentes de luz..
Ai! Soberba populaça, 
Dos nossos velhos Catões, 
Lançai um protesto, ó povo,
Protesto que o mundo novo 
Manda aos tronos e às nações.

E os debates sobre a Democracia foram vividos sim nas ruas, entre confrontos até físicos, entre um Povo que se ateve na Democracia e um Povo que enquistou nos mitos da Revolução de Outubro, que findou em ditadura burocrática de estado e ou em suicídio coletivo ou em “ um país dois sistemas”, enquanto que esta, a nossa, a do 25 de abril de 1974, marcou o rumo aqui ao lado nas Espanhas, com o fim do franquismo, ali mais longe mas no cantado português do Brasil, matando a ditadura militar, em Cabo Verde, em Moçambique, apesar de tudo, em Timor Leste, em Sao Tomé e Principe apesar da pobreza, faltando chegar a Angola (ah esse maldito petroleo!) e na Guiné Bissau no triste vazio de Estado!

E por isso mesmo é impossível negar o papel democrático de Alvaro Cunhal, de Sá Carneiro e de Freitas do Amaral, mas a verdade é que Mario Soares conquistou e se conquistou nas ruas, na Praça, arriscando dia após dia

Mas a Democracia está mesmo manca e a responsabilidade é mesmo vossa oh licenciados em Direito que transformaram a Justiça nem sequer numa “justiça de classe”, burguesa, mas numa “justiça de casta” da elite dominante entre muito grandes empresarios, gestores dos e para os mesmos, e claro cardeais, bispos e equivalentes, fazendo com que a justiça seja negativamente vista com 42% dos inquiridos a dizerem-se “insatisfeitos”, com 22% “muito insatisfeitos”.

E lá regressamos aos 11 Pro Clima a serem julgados por estarem na verdade a defender o que a Constituição da República dita quanto à Participação Cidadã e à Rejeição desta Degradação Climática!

Vocês podem não gostar mas no Estrategizando revemo-nos muito neles lembrando as lutas anti fascistas e anti coloniais que deram a razão necessária para que entre “militares do regime” nascesse a Revolta Anti Regime Fascista !

Incomodam as vestes sujas de tinta, as paredes pintadas, as ruas bloqueadas?

Mais deveriam revoltar a degradação ambiental, a crescente falta de agua os solos sujos de químicos e os continentes de plastico nos mares!

Libertem os 11 Pro Clima pois eles sao o 25 de abril que está para chegar !

Joffre Justino

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Foto de destaque: IA