O Assalto ao Valor Mais Precioso

Num mundo onde as sombras do autoritarismo tentam, incessantemente, obscurecer a luz da liberdade, a voz de Bordalo II ressoa com uma urgência que não pode ser ignorada. Conhecido não só pela sua arte provocadora, mas também pelo seu activismo fervoroso, Bordalo II coloca-nos perante uma reflexão crítica sobre os perigos que a liberdade enfrenta diariamente.

O Ataque à Liberdade: Um Sinal de Alerta

“Por algum motivo, os que têm ambições tirânicas e antidemocráticas começam exactamente por atacar a liberdade – este conceito complexo que atravessa vários campos da nossa vida e sem o qual não teremos uma sociedade justa. A liberdade é fundamental para cada um de nós e para o bem-estar de todos”, afirmou Bordalo II, numa crítica directa aos movimentos que visam corroer os pilares da democracia.

A liberdade, esse bem tão precioso, encontra-se ameaçada por aqueles que, encobertos pelo véu do poder absoluto, pretendem estagnar o progresso humano em nome de uma ordem autoritária.

A Complacência: O Maior Aliado do Fascismo

O artista alerta-nos para a complacência perigosa que pode emergir em sociedades que tomam a liberdade como garantida. “Não nos podemos distrair e tomar a liberdade como um bem adquirido. Pelo contrário, temos que defendê-la e exercitá-la todos os dias. O 25 de abril serve também para nos lembrarmos disto.

Defender a liberdade é respeitar as diferenças, exigir direitos fundamentais universais e permitir a expressão do pensamento livre e da criatividade”, enfatiza ele. Esta mensagem é um chamado à acção, um lembrete de que a liberdade só persiste se for activamente protegida e promovida por todos nós.

A Arte Como Bastião da Liberdade

Bordalo II também defende o papel essencial da arte na sociedade como um mecanismo de resistência e reflexão. “Também a arte deve ser livre, deve poder questionar, provocar e dar um ponto de partida para a reflexão. 25 de Abril SEMPRE, fascismo nunca mais”, declara com convicção.
Através da arte, somos convidados a questionar, a desafiar o status quo e a inspirar mudanças significativas. É pela arte que muitas vezes encontramos a força para resistir às opressões e às tentativas de silenciamento.

Um Apelo à Vigilância e à Ação

Na voz de Bordalo II, ecoa o imperativo de nunca baixar a guarda. Em tempos de incerteza, a defesa da liberdade não é apenas um dever de alguns, mas um compromisso de todos. Este artista, com as suas palavras e obras, lembra-nos da vigilância constante necessária para garantir que as garras do fascismo nunca mais encontrem terreno fértil na nossa sociedade.

Na narrativa de Bordalo II, encontramos não só uma crítica, mas também uma inspiração para que cada um de nós seja um guardião activo da liberdade. Afinal, como disse Simone de Beauvoir, "Não se pode confiar na força da liberdade na defesa da liberdade".