O 25 de Abril de 1974 não foi apenas uma revolução que derrubou uma longa ditadura em Portugal; foi o despertar de uma nação para as liberdades fundamentais e a autodeterminação.

Este movimento não só redefiniu o panorama político nacional, como também pavimentou o caminho para a nossa entrada na então Comunidade Económica Europeia, em 1986, sob a liderança visionária de Mário Soares. Esta adesão representou uma escolha estratégica para garantir e ampliar as liberdades conquistadas pela revolução, integrando Portugal num espaço maior de democracia, estabilidade e desenvolvimento.

Desde então, a União Europeia tem sido um palco onde a liberdade, um dos pilares celebrados no 25 de Abril, continua a ser valorizada e protegida. Através da UE, Portugal não só fortaleceu a sua democracia como também beneficiou de políticas que promovem a liberdade de movimento, o intercâmbio cultural e educacional, e uma cooperação jurídica e policial que protege todos os cidadãos europeus.

Os frutos dessa liberdade são visíveis: a evolução na educação e nas condições de vida, o aumento das oportunidades económicas e a proteção dos direitos humanos. Porém, a abstenção persistente nas eleições europeias sugere um esquecimento das lutas passadas que nos trouxeram até aqui.

Integrar a União Europeia foi uma das formas de Portugal afirmar o seu compromisso com a liberdade e a democracia. A participação nas eleições europeias deve ser vista não apenas como um direito, mas como um dever cívico para honrar o legado do 25 de Abril. É através do voto que podemos influenciar as políticas europeias que diretamente impactam a nossa liberdade e qualidade de vida.

 

Além disso, com os desafios contemporâneos como a crise climática, a gestão de crises sanitárias e os debates sobre a regulamentação da inteligência artificial, a UE tem demonstrado a sua capacidade de adaptar-se e responder coletivamente.

A nossa participação ativa é crucial para garantir que estas respostas não só respeitem os valores de liberdade e democracia, como também promovam um desenvolvimento sustentável e inclusivo.

Em suma, o 25 de Abril abriu o caminho para que Portugal pudesse participar num projeto mais amplo de paz e cooperação. As eleições europeias são uma extensão dessa jornada. Ao votar, reafirmamos o nosso compromisso com a liberdade e com a construção de um futuro que honre as conquistas do passado e aspire a um horizonte ainda mais justo e próspero.

Vamos juntos, no próximo 9 de junho, dar continuidade à luta iniciada há décadas, assegurando que a nossa voz seja ouvida em Bruxelas.

Votar é, afinal, exercer a liberdade que o 25 de Abril nos garantiu.

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Foto de destaque: IA;  imagem  simbólica que representa a União Europeia, a democracia e o 25 de abril na história de Portugal. A composição inclui uma bandeira da União Europeia que se funde num cravo detalhado, cercado por várias mãos que representam a diversidade, cada uma segurando um símbolo diferente da democracia.