A forte quebra na imagem deste partido resulta investigações nas sedes de duas das suas mais importantes fações internas localizadas no distrito de Chiyoda, em Tóquio.

“…é extremamente lamentável. Levamos a situação muito a sério e estamos a tomar as medidas necessárias, respeitando o andamento da investigação”, disse o secretário-geral do LPD, Toshimitsu Motegi.

De acordo com a imprensa, os procuradores japoneses estão a investigar suspeitas de fraude contra dezenas de membros do partido de direita conservadora, que governa o país quase ininterruptamente desde 1955.

Perante tal o principal partido da oposição, Partido Democrático Constitucional do Japão, liderado por Kenta Izumi, ganhou os três lugares, no domingo, ao conquistar o apoio de eleitores menos conservadores em eleições intercalares com o PLD a perder na tradicionalmente conservadora prefeitura de Shimane, em Nagasaki e Tóquio.

Estas eleições para a Câmara dos Representantes do Japão tiveram lugar numa altura em que o PLD tem estado sob intenso escrutínio, depois de algumas das fações do grupo se terem recusado a declarar parte dos rendimentos.

A derrota do partido no poder em Shimane pode minar a posição política de Kishida e levar os deputados do PLD a tentar demitir o primeiro-ministro antes das próximas eleições gerais, previstas para este ano, tornando improvável a candidatura do político à presidência do partido em setembro, de acordo com a EFE.

As taxas de aprovação do Governo de Kishida alcançaram os níveis mais baixos desde que foi divulgado o escândalo dos fundos ilícitos, em outubro de 2021, caindo muito abaixo dos 30%, um limiar reconhecido como o “nível de perigo” para um governo.

O escândalo diz respeito a irregularidades em eventos de financiamento do partido por várias fações, que durante anos não declararam milhões em angariação de fundos, alguns dos quais foram alegadamente partilhados entre alguns membros.

Joffre Justino

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Foto de destaque: imagem ilustrativa para o seu artigo sobre instabilidade política e corrupção no Japão. Ela mostra uma cena sombria numa sala de conferências em Tóquio, com documentos espalhados e elementos que sugerem investigações legais, refletindo a gravidade da situação política.