O julgamento dos "Onze de Abril", marcado inicialmente para os dias 22, 23 e 24, teve apenas uma audiência na segunda-feira de manhã. Pelas Assembleias de Abril passaram dezenas de pessoas em solidariedade.

O julgamento dos "Onze de Abril", apoiantes do Climáximo que bloquearam a avenida Eng. Duarte Pacheco em Dezembro de 2023 em Lisboa, teve apenas uma audiência na manhã de segunda-feira dia 22. Após uma sessão conturbada onde a "crise climática esteve fora do tribunal", as sessões do julgamento foram adiadas consecutivamente devido à greve dos funcionários judiciais, com a qual o coletivo se diz solidário.

Lá fora, as "Assembleias de Abril" contaram com dezenas de pessoas em solidariedade com as "Onze de Abril". O programa manteve-se durante os três dias, mesmo com o adiamento do julgamento. Contou com concertos solidários, debates, assembleias de ação, e sessões de materiais. Na assembleia de ação de segunda-feira, as várias pessoas participantes decidiram quais as medidas do Plano de Desarmamento que pretendem "enfatizar" numa "grande ação de resistência contra a guerra que nos foi declarada". As reivindicações escolhidas foram "nem mais um projeto que aumente emissões de gases com efeito de estufa", "fim a todos os investimentos públicos em fósseis" e "Justiça de rendimentos ao serviço do clima – os 1% pagam".

Maria Mesquita, uma das Onze de Abril, afirma que "Nós vamos continuar em resistência, lutando para parar esta guerra que os governos e as empresas declararam às pessoas. Não podemos esperar que um ditador ponha fim à ditadura e, da mesma forma, não podemos esperar que os governos e empresas travem a crise climática: está nas mãos de todas nós. Enquanto esperamos por mais novidades do julgamento dos Onze de Abril, vamos continuar também a construir a solidariedade e apoio necessários para enfrentarmos a repressão de um sistema que se defende a si próprio enquanto nos condena tanto no tribunal como na destruição de tudo aquilo que amamos."

O Climáximo vai terminar as Assembleias de Abril pela hora de almoço da véspera do aniversário da Revolução dos Cravos, apelando, tal como muitos outros coletivos e associações, à ida para o Largo do Carmo à noite para a celebração do "poder popular" que "derrubou ditaduras e permitiu o 25 de Abril, sendo agora a nossa vez de não consentir com este sistema e construir o poder popular que pode resistir à guerra declarada pelas empresas e governos à sociedade e ao planeta". O coletivo vai também marchar amanhã na Avenida da Liberdade, terminando a marcha com uma apresentação pública "Em Estado de Guerra: O que fazer?" às 18h no Largo do Duque do Cadaval, junto à estação de comboios do Rossio.