Os impactos dos descontos nas portagens

Os descontos implementados nas portagens das autoestradas ex-scut, em julho de 2021, representaram uma perda de receita para a Infraestruturas de Portugal (IP) na ordem dos 229,6 milhões de euros, até dezembro de 2023 e claro que os condutores pouparam esse mesmo montante.

Ainda assim, a empresa mostra que a receita total com as portagens, em toda a rede de autoestradas, não tem parado de aumentar.

Isso porque, os descontos nas portagens impulsionaram o tráfego, cujos números já superam a época pré-pandemia.

Onde há descontos nas ex-scut há um aumento de tráfego nas autoestradas onde foram aplicados sendo a própria IP que o confirma, no documento Relató- rio e Contas 2022, adiantando que o incremento aconteceu “provavelmente alavancado pelo próprio efeito da redução no preço, enquanto estímulo à circulação”.

A título de exemplo, na A28 – que é, indiscutivelmente, a ex- -scut com maior volume de trá- fego, a nível nacional –, passaram 17,8 milhões de veículos em 2019 e em 2023, o número ultrapassou os 19 milhões.

Na A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso, o tráfego subiu de 6,5 milhões de veículos, em 2019, para 7,4, em 2023 e na A22 (Via do Infante), no Algarve, em 2023 registou-se a passagem de 4,7 milhões de viaturas – mais 700 mil do que em 2019.

Hoje, o tema das portagens vai ser discutido na Assembleia da República estando em cima da mesa uma proposta pelo PS, pelo BE e pelo PCP – a eliminação de taxas em algumas das ex-scut.

Mas, com a atual composição do Parlamento, o desfecho das votações é uma incógnita.

“É chegado o momento de abolirem as portagens no Algarve, que têm sido uma catástrofe”, apelou João Vasconcelos, porta-voz da Co- missão de Utentes da Via do In- fante, em declarações ao JN. 

Vias abrangidas pelos descontos de julho 2021
A4 (Sendim/Águas Santas)
A3 Viana A27
Bragança Chaves
A24
A4
Vila Real
A17
A22
A23
A24
A25
A28
A29
A41
A42
VRI (Aeroporto/Custoias)
Descontos a partir do 8o dia:
A4 (Túnel do Marão
e Vila Real/Bragança) A13 (Atalaia/Coimbra) A13-1
A28 VRI
Porto
Aveiro
A17
Braga
A42
(Mira/Aveiro)
A7
A4
A41 A29
A24
Viseu Guarda
(Freixieiro/Ermida)
A25
A1
Mira
Leiria Torres Novas
Covilhã
A23
Castelo Branco
A13-1
Coimbra
disponíveis –, os primeiros, com -
Évora
Beja
A22
Faro
A6
V. R. Santo António
A8
Santarém
Lisboa Setúbal
A2
A13
A23
Portalegre
uma redução de 50%, entraram Vias abrangida sem vigor em julho de 2021.

Nesse ano, a perda de receitas da IP foi de 37 milhões de euros (valor A4 com IVA). No ano seguinte, a redução custou 85 milhões.

Em 2023, sabe-se agora, a descida para a empresa representou 107 milhões de euros.

O certo é que a receita resultante da cobrança de portagens, aumentou e o relatório econtas de 2022 da IP revela que, nesse ano, foram cobrados 364milhões de euros – ou seja, umaumento de 8,1%, face aos 337milhões de 2021.

O documento que analisa as contas de 2023 mostra que, no ano passado, as receitas subiram de novo, alcançando os 404,1 milhões – mais 11% do que no ano anterior.

Joffre Justino