À Direita parece que é difícil dizer- desculpem, errei !

Tudo acontece depois das voltas, voltinhas e reviravoltas do PM e do ministro das Finanças ate um embrulhado esclarecimento que os famosos 1.500 milhões de euros de alívio no IRS, de Luís Montenegro, eram 1300 mil milhoes do PS e cerca de 200 milhões do governoAD/PSD ( sem PPM?).

O deputado do PS no Fórum TSF, Miguel Cabrita, assumiu que estamos perante um caso muito grave.

"Estamos perante uma situação grave, porque não há uma segunda oportunidade para criar uma boa primeira impressão e lamento dizer que essa oportunidade perdeu-se. Este governo começa com um logro. A semântica é irrelevante... mentira, manipulação, embuste, mas um logro em que as pessoas foram enganadas e ludibriadas. E não é possível pensar que não foi algo deliberado. Porque esta é uma questão politicamente fundamental e esta matéria foi abordada, dita, repetida, reiterada por todos os principais responsáveis: o agora primeiro-ministro, o agora ministro das Finanças, todos os dirigentes da AD e era uma das principais ideias e propostas com que o PSD e a AD se apresentaram a eleições e, portanto, temos um governo com uma credibilidade e com uma sociedade profundamente feridas", considerou e por isso garante que o PS vai avançar com as suas propostas de redução da carga fiscal já anunciadas. "O PS não deixará de prosseguir a sua agenda e, independentemente destas questões que marcam profundamente este início de mandato, o fim das ex-scuts, o aumento das deduções das rendas para os 800 euros, a redução do IVA da eletricidade para um número muito superior de famílias para abranger cerca de três milhões de portugueses, há um conjunto de propostas que o PS já anunciou que vai entregar a curto prazo. O PS não vai recuar nessa agenda, vamos evidentemente bater-nos com aquilo que é o nosso programa, pela clareza e pela verdade", sublinhou.

Perante este caso mais um, do seu governo, Hugo Carneiro, do PSD, veio teimar no impossível de aceitar, que o Governo não mentiu em relação ao IRS, e na corrida para o abismo desafiou a oposição a clarificar como é que vai votar a proposta da AD. 

"A questão fundamental neste momento é sabermos se os partidos da oposição vão votar a favor ou não da redução do IRS que o Governo vai propor. Nós queremos esta redução já, não é daqui a um ano. Provavelmente outros partidos vão falar em 1000 milhões ou outro valor qualquer, atiram para o ar numa atitude de absoluta irresponsabilidade, mas provavelmente no futuro, nós queremos já e esta é uma grande diferença do PSD e da AD relativamente a outros partidos que atuam numa lógica de competição, na tentativa de ver quem é que lidera da oposição", atirou.

Entretanto a verdade é que o valor da redução no IRS não vai chegar aos 200 milhões de euros, mas no caso do IRC, aí sim o corte previsto é de 1.500 milhões de euros.

Entretanto o deputado do PSD veio dizer, complicando ainda mais que “Nós não sabemos ainda quanto é que é a redução do IRS adicional que o Governo vai fazer. “

Já a Iniciativa Liberal apanhada de calças na mão também tem propostas para cortar nos impostos.

O deputado Mário Amorim Lopes quer que elas sejam incluídas no Programa de Estabilidade. "Nós vamos apresentar esta semana um projeto de resolução. Aliás, já foi submetido para que haja aqui uma revisão do Programa de Estabilidade e Crescimento. Iremos também naturalmente a aludir a esta questão e pedir que o tema seja discutido e que haja um corte mais significativo em sede de IRS. A nossa proposta não implica nenhum corte de despesa, ou seja, o montante que está previsto não implica que tenha de haver necessariamente uma redução da despesa, o excedente orçamental, para já, permite fazê-lo e nós estamos a trabalhar a partir desses dados", assegura. 

Já o PCP, vai insistir nas propostas para redução de impostos e Duarte Alves, da comissão de assuntos económicos do PCP, propôs já a diminuição do IVA da eletricidade. "Foi o Governo PSD e CDS, de Passos Coelho, que aumentou o IVA de 6 para 23%. Ora, na nossa perspetiva, a energia elétrica e o gá são bens essenciais e, portanto, devem ser tributados como bens essenciais à taxa de 6%. A verdade é que foi o Governo PSD e CDS que aumentou, mas também é verdade que o Governo do PS nunca quis reduzir a tributação sobre esses bens essenciais outra vez para os 6% e, portanto, nós insistiremos nessa medida, uma vez que é uma medida que chega a todos os contribuintes e a todas as pessoas que têm acesso a esses bens e que precisam dessa redução", refere.

Joffre Justino

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Foto de destaque: IA; Imagem abstrata que representa um debate político em Portugal, focado na política fiscal. A imagem inclui elementos simbólicos como a balança da justiça, um martelo de juiz e documentos espalhados, criando uma atmosfera tensa e carregada que sugere a complexidade e controvérsia do tema.