No atual panorama educacional e empresarial, a criatividade emerge como uma competência fundamental, porém muitas vezes subvalorizada.

Sir Ken Robinson, na sua aclamada conferência "As escolas matam a criatividade?", apresentada na TED, lança um olhar crítico sobre os sistemas educativos tradicionais, argumentando que estes não apenas negligenciam, mas de facto, suprimem o potencial criativo inerente a cada indivíduo. Este artigo destina-se a professores, formadores, educadores e líderes empresariais, buscando inspirá-los a reimaginar práticas pedagógicas e modelos de liderança que fomentem a criatividade.

A Imperatividade da Criatividade: Robinson enfatiza que vivemos num mundo de mudanças aceleradas e imprevisíveis, onde a criatividade se equipara à literacia como uma habilidade essencial. Picasso já dizia que todas as crianças nascem artistas; o desafio é manter esse artista vivo à medida que crescem. Esta perspectiva ressalta a importância de cultivar a criatividade desde cedo, não apenas para o desenvolvimento individual, mas também como uma necessidade socioeconómica.

Redefinindo o Erro: A aversão ao erro é inimiga da criatividade. No processo criativo, os erros não são falhas, mas etapas essenciais na exploração do novo e desconhecido. Robinson argumenta que os sistemas de ensino e as práticas empresariais devem reavaliar a sua relação com o erro, incentivando um ambiente onde experimentar e falhar são vistos como parte do processo de aprendizagem e inovação.

A Hierarquia das Disciplinas: A estrutura atual da educação coloca uma ênfase desproporcional nas disciplinas consideradas mais úteis para o trabalho, como matemática e línguas, relegando as artes a um papel secundário. Esta hierarquia, argumenta Robinson, não apenas limita o desenvolvimento de habilidades criativas, mas também ignora a diversidade de inteligências e talentos entre os estudantes.

O Caso de Gillian Lynne: A história de Gillian Lynne, uma coreógrafa de renome que enfrentou dificuldades na escola tradicional, ilustra como sistemas educativos rígidos podem falhar ao não reconhecer ou nutrir talentos não convencionais. Lynne encontrou o seu caminho e sucesso fora do sistema que a etiquetava como problemática, demonstrando a necessidade de uma abordagem educacional mais inclusiva e diversificada.

Rumo a uma Educação Transformadora: Para enfrentar os desafios do século XXI, é imperativo repensar os fundamentos sobre os quais construímos a educação e a formação profissional. Isso envolve não apenas a valorização de todas as formas de inteligência e criatividade, mas também a implementação de práticas pedagógicas e modelos de liderança que promovam a inovação, a curiosidade e a capacidade de adaptação.

Conclusão: A mensagem de Ken Robinson é um convite à ação para educadores, formadores e líderes empresariais. Ao cultivar ambientes que valorizam e promovem a criatividade, podemos preparar indivíduos não apenas para enfrentar os desafios futuros, mas para transformá-los em oportunidades. Reimaginar a educação e a liderança neste contexto não é apenas uma responsabilidade, mas uma necessidade urgente para o desenvolvimento pleno do potencial humano e para a construção de sociedades mais inovadoras, inclusivas e sustentáveis.

 

 

 

Morgado Jr.

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Foto de destaque: AI; imagem alusiva ao tema de criatividade na educação, representando uma sala de aula vibrante e colorida, onde a criatividade é encorajada e valorizada.