Numa noite estrelada em Paris, o cenário artístico mundial voltou seus holofotes para uma figura emblemática: Bonga Kwenda, o mestre da música angolana, que recebeu o prestigiado prémio ‘Músicas do Mundo’, concedido pela Sociedade Francesa de Direitos de Autor (SACEM). A cerimónia, realizada na quinta-feira, não foi apenas um reconhecimento musical, mas também uma celebração da influência cultural e política de Bonga.

José Adelino Barceló de Carvalho, conhecido artisticamente como Bonga, é mais do que um cantor; é um porta-voz de gerações. Dividindo a sua vida entre Angola e Portugal, Bonga tem sido uma voz constante pela democracia e pelo respeito aos direitos humanos em Angola. Esta distinção da SACEM, que premiou 19 artistas de diversos estilos e géneros musicais, é um testemunho do impacto profundo de Bonga na música e na sociedade.

Na cerimónia, Bonga não esteve só. Ao seu lado estava Betinho Feijó, guitarrista e produtor, companheiro de longa data na sua jornada musical. Juntos, eles ofereceram uma performance que capturou a essência da música de Bonga, uma mistura de ritmos africanos com influências do jazz e do samba, uma síntese perfeita da sua identidade artística diversificada.

O prémio ‘Músicas do Mundo’ da SACEM é um reconhecimento de talentos de várias áreas da música, como jazz, hip-hop, música eletrónica, música para cinema, realizadores de audiovisual, música clássica contemporânea, rock, humor, edição musical, canção do ano, canção francesa, entre outros. Este ano, o prémio ganha um significado especial ao honrar Bonga, um artista que transcendeu as fronteiras da música para se tornar um símbolo de luta e esperança.

A história de Bonga é a história de um guerreiro, um artista que usou a sua voz para defender a liberdade e a democracia. A sua música, impregnada de emoção e história, tem sido um farol para muitos em Angola e em todo o mundo. Este prémio não é apenas um reconhecimento do seu talento musical, mas também uma homenagem à sua coragem e ao seu compromisso inabalável com a justiça e a humanidade.

O eco da voz de Bonga, agora reconhecido em Paris, continuará a inspirar e a motivar. Ele é mais do que um músico; é um ícone, um embaixador da cultura angolana e um herói para muitos. Parabéns, Bonga, por este merecido reconhecimento. A sua música e a sua luta continuam a ressoar nos corações e mentes de todos nós.

Este prémio não é apenas um marco na carreira de Bonga, mas também um lembrete do poder da música em transcender barreiras culturais e políticas. Bonga Kwenda, com sua arte, continua a ser um farol de inspiração, mostrando que a música é, de fato, uma linguagem universal, capaz de unir pessoas e ideais em prol de um mundo melhor.

Bonga foi e é também um guerreiro da Democracia em Angola e nesse contexto o conhecemos e reconhecemos !

Joffre Justino

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