Trata-se de um produto de confeitaria obtido a partir de amêndoas doces peladas, torradas e cobertas com uma pasta de açúcar nascendo de um cerimonial, onde as artes do saber fazer vão sendo cruzadas, ao longo de oito horas, durante oito dias, e através de voltas e mais voltas num alguidar de cobre, onde estas amêndoas vão ganhando forma.

Sao comercializadas três versões: brancas ou comuns; morenas ou de chocolate; peladinhas.

A versão comum tem uma cor exterior branca e evidencia os característicos bicos de açúcar formados no decorrer do período de confeção.

Resultam de um trabalho árduo por parte das tradicionais "cobrideiras", nome pelo qual são conhecidas as artesãs que fazem o trabalho de cobertura da amêndoa.

Cada alguidar de cobre leva aproximadamente 15 quilos de amêndoas, exigindo um enorme esforço físico para mexer o produto.

No concelho de Torre de Moncorvo, há de momento apenas duas produtoras de amêndoa coberta em atividade e certificadas e ao final do mês, a produção de cada uma pode rondar os 30 quilos de amêndoas.

Andreia Póvoa faz parte de uma nova geração de "cobrideiras" de amêndoa. Conta que, depois da obtenção da chancela IGP, tudo mudou na confeção da amêndoa coberta, porque há mais visibilidade para este produto.

"Há mais reconhecimento para a produção e mais visibilidade, o que fez com que o setor do turismo em Moncorvo ficasse a ganhar, porque as pessoas querem saber como se produz a amêndoa coberta e são organizados circuitos nesse sentido", afiançou.

É na Páscoa que a Amêndoa Coberta de Moncorvo atinge o pico da procura. "Esta é altura em que as lojas da especialidade espalhadas pelo país procuram a amêndoa coberta para comercialização nos grandes centros populacionais, o que faz com os nossos 'stocks' esgotem", vincou.

Joff4e Justino